terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Carnaval na 9ª maravilha do mundo! [Dri]






Passei meu Carnaval onde poucos teriam coragem de passar. Na verdade o problema não era a cidade, e sim, o fato de sair de Salvador, onde acontece a maior festa de rua do mundo, para fugir para uma cidadezinha localizada à 12hrs da minha casa. Até onde os grandes amigos podem te levar viu! Os meus me levaram até Rio de Contas, situada na Chapada Diamantina. A cidade fica ao sul da Bahia com uma altitude de 1.050 metros e pouco mais de 13.681 habitantes. Traduzindo: a cidade é subindo uma serra, com pouquinha gente morando.
Depois de 12hrs de viagem e um frio que me parecia ser de uns 20°(temperatura não conhecida pelo meu corpo equatoriano), eu, Luis e Joel (já conhecedor da aventura que iríamos encontrar) chegamos à Livramento onde nossa amiga Joisa nos esperava. Ao subir a serra que dava acesso à Rio de Contas, do lado esquerdo dava pra ver a cachoeira chamada de Véu de Noiva. Ao contrário do véu de uma noiva, não deu pra ver o final dessa cachoeira por causa da neblina intensa. Tenho que ser muito sincera e vou tentar ao máximo ser fiel ao que senti: fiquei ma-ra-vi-lha-da! O lugar é lindo de viver! Quando mais avançávamos, mais eu me encantava com o lugar onde passaria minha semana de Carnaval.
Como Rio de Contas é tombada, a cidade tem um feitio colonial e pedras nas ruas. Só a parte nova da cidade possui ruas asfaltadas. Esses pequenos detalhes tornam esse município especial, ímpar. Formos muito bem recebidos tanto pela família de Joisa e Joel, quanto pelos amigos deles. Assim que chegamos fomos à Cachoeira do Fraga, lindo lugar. A água que descia por aquelas pedras era a mesma que abastecia a cidade de Livramento, então nem pensar em fazer xixi né... a não ser por maldade!
Decidimos tomar um banho... se aquela água tivesse graus positivos, eu mudava meu nome!Já fui a alguns igarapés em Belém, mas não tinha visto nada igual àquela água. Doíam os ossos de tão fria. O pessoal resolveu tomar a cachaça pra ajudar a esquentar, já que o sol resolveu nos sacanear. Só pra vocês saberem, não deu certo.
Depois do banho fomos ao bar do Luis, um point em Rio de Contas. Ficamos lá até sei lá que horas, já que a cerveja já não me permitia olhar o relógio. Dormimos umas duas horas e nos arrumamos para ir para a festa à fantasia. Fomos de “Quarteto Paz e Amor”: hippies (eu já estava projetando meu futuro). Voltamos já quase de manhã para casa.
Para resumir, assim foi nosso Carnaval: íamos para o bar de tarde, voltávamos, íamos para a rua e retornávamos já de manhã. Exceto os dias em que assistíamos Prison Break, nova febre dos “downloadmaníacos” (altamente recomendável). Existiam os dias em que um ou outro ficava ruim, mas o lema era “beber, cair e levantar”, então, a gente continuava indo “simbora prum bar”.
As festas na rua eram bem tranqüilas, sem empurra-empurra, cotoveladas nas costelas e no rosto ou spray de pimenta nos olhos. Sim, passei por tudo isso no meu último Carnaval em Salvador, na pipoca é claro! Só vi os policiais correndo UMA vez em direção a algum tumulto. Era a primeira vez que fui para alguma festa de sandália baixa, na verdade, não usei salto em dia nenhum. Era pedir para pular no bloco do “Antiinflamatório”(by minha amiga Jub’s).
Os dias lá foram passando rápido, principalmente, porque parte dos meus grandes amigos moravam lá e eu não sabia quando os veria novamente. Joisa é meu xodó, Rodrigo, é aquele que me “leva à igreja quando quero ir ao bar” e Queila, minha princesa de sorriso tímido (e triste agora). Iria morrer de saudades de poder andar cinco minutos e dar um beijo neles, ou acordar e ouvir Joisa gritando “Dí”.
Quando percebi já era último dia de Carnaval, eu prometi que iria aproveitar. Não bebendo ou qualquer coisa assim, iria sentir tudo aquilo, todo aquele carinho, toda aquela receptividade, todo aquele frio (não que eu quisesse), enfim, queria viver intensamente cada minuto vivido entre pessoas tão maravilhosas. E vivi! Dancei, ri, fui feliz, mesmo faltando um pedaço.
Quando o sol começou a subir nos avisando que era Quarta-Feira de Cinzas, a saudade bateu e junto com ela veio uma felicidade de voltar pra casa, não que a minha tivesse algo de especial, mas era felicidade por voltar para “mamis” motivo pelo qual tive febre em um dos dias.
Assim foi meu Carnaval, não tinham dois milhões de pessoas, nem trios elétricos luminosos e barulhentos, só a neblina e a calmaria de uma cidade que deveria ser considerada, além de patrimônio histórico, paraíso terreno.

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