sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O 3º é sempre o que dá sorte! [Dri]

Quando Lucas, meu namorado, me chamou para ir na roça do avô dele, resisti a princípio. Primeiro por que estávamos brigados e segundo por que tinha recebido uma proposta quase irrecusável de ir ver o Psirico no Wet. Fui. Encaramos algumas horas de viagem e mais outras horas de engarrafamento por causa de um acidente. Fiquei com fama de pé frio, mas esse detalhe não é preciso ficar comentando. Quando chegamos, S. Natalício (avô) e sua esposa, D. Carmelita nos receberam muito bem, cheios de sorrisos e de “fiquem à vontade”.

No sábado de noite, S. Natalício ficou muito quieto, reflexo de uma depressão da qual estava saindo. No domingo de manhã começamos a conversar. Uma conversa tímida das duas partes mas que foi ficando à vontade aos poucos, entre risos e a descrição da “maior fazenda da Bahia”. Fui me encantando com aquele senhor bem arrumado, vistoso, com os cabelos brancos e um bigode bem fininho branco também. Pegamos o carro e fomos conhecer a fazenda de S. Natalício. Passávamos por várias fazendas e ele dizia “era tudo meu, mas pra quê isso tudo pra mim?dei tudo!” e ria. Quando chegamos lá eu estava sem graça, Lucas pegou minha mão e foi me mostrando toda a roça. S. Natalício logo em seguida pegou uma penca de chaves e foi me mostrando cada cômodo da casa. Me mostrou o avião que não passava de uma bicicleta em excelente estado, me mostrou sua sala de ferramentas e um baú cheio de cachaça. Lucas simulou uma cena de ciúmes e disse nunca ter visto aquele baú. Conversamos, S. Natal me ofereceu banana maçã enquanto enchia o saco da esposa perguntando “já pegou o milho da menina?não esquece do milho da menina!”, até que se estressou e foi pegar ele mesmo. Ele me falava da casa, dizia para eu contar da casa para minha mãe, me ofereceu a cama dele, que era um pedaço de madeira com um papelão por cima, para que eu sentasse e assim fui me sentindo em casa, fui me aproximando da minha casa na Itaboraí onde cresci com meu avô.

Voltamos, almoçamos e D. Carmelita disse para Lucas: “Gostei dela, ela não tem essas fidalguias. É boa de garfo!”. Comi o maravilhoso pudim de aipim feito por ela e saí de lá com pelo 10 quilos a mais! Quando estávamos indo embora, Eu abracei D. Carmelita, ela disse que tinha gostado muito de mim e eu disse que sentia o mesmo. Abracei S. Natalício, ele deu um abraço forte e quando fui sair, ele segurou minha cintura bem próximo dele e disse “não traga sua mãe não!vai ser muito cansativo pra você!coloca ela no carro!”, dei uma gargalhada, ele sorriu e se estabeleceu ali uma corrente, não sei ao certo de quê, mas me senti tão ligada a ele como se fosse realmente sua neta.

Logo em seguida conheci D. Maria. Se pudesse descrevê-la, diria: ela tem o sorriso mais bonito que eu já vi na vida! Abraçou Lucas, e olhava para ele com os olhos brilhando. Ela nos abençoou e disse “não vai enrolar né?! É pra dar um jeito na vida agora né?!”. Ela sentou com a gente e contava os “causos” rindo com uma gargalhada gostosa demais. Eu não entendia nada mas ria daquela gargalhada que saía por todos os poros, uma gargalhada que vinha da alma.
Quando chegamos em Salvador, minha sogra disse “todo mundo gostou de você!pensei que o papai não ia te largar” e Lucas completou “desde que meu avô entrou em depressão, nunca vi ele sorrindo daquele jeito”. A vida em certos momentos é tão misteriosa e maravilhosa ao mesmo tempo. Eu, que estava cabisbaixa e tive trilhares de pessoas me dando força, não consegui me sentir tão bem como me senti com gente que nunca tinha visto na vida. D. Maria com aquele jeito me fez ver o quanto se tem valor mesmo depois do passar dos anos, o quanto podemos ser admirados e respeitados sem ter um corpo perfeito e um rosto sem rugas. S. Natalício, ah, ele me levou até minha infância quando meu avô fazia tudo para mim. Lembrei do meu velho e do seu cuidado comigo. Fui na roça e ganhei um avô de quebra, mas não um avô qualquer, ganhei S. Natalício que tem a maior fazenda da Bahia, um avião e uma cama elegantérrima de madeira maciça. O que ele ganhou? Uma neta babona que não vê a hora de voltar. Uma neta que quando dormiu, agradeceu a Deus por ter sido tão bom, que mesmo depois de ter lhe tirado os dois avôs, lhe deu um 3º tão maravilhoso quanto os outros.

Entre chifrudas e ex-namoradas, salva-se quem tem vergonha na cara. [Dri]

Já escrevi sobre algumas coisas que aconteceram comigo, e juro para vocês que não queria ter que escrever sobre isso,mas...lá vai: descobri, há pouco tempo, que eu sou corna. Sensação indescritível. Talvez eu conseguisse passar bem se não fossem os comentários de um grande amigo meu e uma ligação com alguém nada nada convencional.

Quero falar duas coisas. A primeira é sobre o comentário desse grande amigo meu que disse o seguinte: “Pelo que me disseram dela, ela consegue o que quer...ela é toda ão, até eu fiquei com vontade de conhecer!”. Comentário impróprio, mas que me fez despertar para uma coisa: quer dizer que todo mulherão consegue o que quer? Se a Scheila Carvalho pode, porque a Gisele Bundchen (não sei como escreve isso!) não pode? Só por que é magra? Quem definiu que mulher bonita é mulher toda ão? Eu já estava com a auto- estima lá embaixo, isso me fez ficar mais baixa que o chão. Eu que levei tanto tempo para conseguir ver beleza na minha magreza, que levei tanto para me dar valor, perdi isso em questão de minutos. Que padrão de beleza é esse preso à essas convenções de mulher cheia de carne? Quantas vezes você não já ouviu algum infeliz dizer “é feia de cara, mas é boa de bunda”? E se eu não tiver bunda? E se eu for magérrima? Minha elegância não anula isso? Repare quando passamos na frente de um espelho como nos olhamos. Ajeitamos o cabelo e ficamos de lado para ver o quê? Para ver se a bunda está no lugar. E daí que ela é ão e eu sou inha. Existem coisas que só eu posso fazer. Já pararam para imaginar isso? Tenho uma prima que não obedece a nenhum padrão de beleza, mas é linda demais. Aprendi com ela a me dar valor, a me cuidar e a ser única apesar das diferenças. Somos todas mulheres, belas, guerreiras e o que devia pesar não é a bunda, e sim, o conjunto, dentro e fora. Sou “slim” sim, mas não é isso que me torna especial. Não é o fato de ser gorda ou magra, baixa ou altíssima. O que nos torna especial é o fato de sermos únicas.

A segunda coisa é sobre o que minha avó sempre me disse: não faça com os outros o que você não quer que seja feito com você. O que me consola quando me sacaneiam hoje em dia, é que o mundo dá voltas. Gente, é preciso o mínimo de caráter para se viver bem. E é preciso muita coragem para se admitir um erro e pedir desculpas por ele. Assim o fez quem me magoou. Teve dignidade o suficiente para me pedir desculpas e não teve medo de mostrar a cara para conversarmos pessoalmente. Acho que pelo fato de termos nos aproximado, acabamos tendo consideração uma pela outra o que prova um pouco de verdade em uma amizade julgada tão esquisita, entre atual e ex. Fico feliz que em tão pouco tempo, eu possa ter encontrado não uma amiga, e sim, uma pessoa merecedora de respeito, tão difícil nos dias de hoje. Que se cometam erros, todos nós somos passíveis deles, mas que saibamos reconhecê-los, admiti-los e pedir desculpas por eles. Você não perde a língua, pode perder um dente dependendo do que você fez, mas o fato é que você passa a ser uma pessoa melhor para você mesmo, que é muito mais importante do que ser melhor para os outros.

Cuidado com o movimento da terra, ele é cruel em certos pontos. E às vezes, mesmo que tenha se redimido do que fez, pagamos um preço alto por só pensarmos em nós mesmos. Digo tudo isso com conhecimento de causa. Se sou vítima hoje, é por que fui vilã um dia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ode à tolerância ou das 5 coisas que não gosto mas tenho que conviver [ Galuiza ]


Este texto é uma resposta ao desafio da Suh Gomes, participante da plataforma virtual em que eu trabalho(sim, logo mais dou mais detalhes!). Tô sumida daqui mas, de antemão quero dizer a Dri-k. Que lindos textos amigaaaaaaaaaaaa! Perfeitos, depois comento neles rsrs. Sem mais delongas, lá vai o desafio.



1 Tenho que conviver com a violência. Tomei pavor!! Mas pavor mesmo! Parei de assistir TV por causa da violência. Espremeu o noticiário sai sangue. Então, sou assim: falou de morte perto de mim, tampo o ouvido. Tá, pode me chamar de Alice, mas que mal tem querer um mundo de maravilhas? Eu quero. Sonhadora sim, mas não a única. John Lennon também era.

2 Tenho que conviver com passarelas e pontes. Medo extremo, absoluto e inexplicável. E não é de altura. E pra variar, ao ir pra casa, PRECISO atravessar uma passarela. Que tem buracos no concreto e dá pra ver a pista lá embaixo. Ó céus.

3 Tenho que conviver com ônibus lotado. Pô, nada pior! De manhã cedo, você toma banho, tá cheirosa e daí vem aquele sayadin do inferno todo suado e encosta. Haja perfume! Ônibus é tortura. Ainda bem que meu lado masoquista está em ordem. Aprendi a ver o prazer da viagem e pronto, é isso que levo: as histórias que me rendem altas gargalhadas. Afinal, tudo de engraçado acontece no ônibus em que estou. Parece brincadeira. Ou arte de um duende travesso, só pra me ver rir.

4 Tenho que conviver com gente sem noção. Moro em uma travessa, minha casa é a penúltima. Janela de frente pra rua. Computador fica na sala, próximo à janela. É ou não cenário perfeito para um sem-noção? E então eles chegam, - sim, são vários -, chamam mainha e ficam bisbilhotando as minhas conversas no msn. Pô, não, eu não estou falando nenhum segredo de estado mas se tem algo que prezo é a minha privacidade. Quem não?
Decidido. Vou dar um gato a cada um dos meus vizinhos. Com sete vidas, eles não vão ter tempo para cuidar da minha né? E quem me dera isso fosse só com eles. Na verdade o tópico refere-se a pessoas invasoras da privacidade alheia. Tem coisa mais irritante? Aquela que fica atrás corujando, lendo o que você digita. Dá vontade de gritar no ouvido: cuida de sua vidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Mas mocinhas tem que manter a boa educação né? Mas que dá vontade de descer do scarpin nestas horas ah dá.

5 Tenho que conviver com gente sem noção 2 - Sabe aqueles que tem gafe no sobrenome? Que perguntam ao esposo mais velho se a mulher é filha e a uma gorda se ela está grávida, que pedem a última - e a mais gostosa - mordida do teu sanduiche, que aceitam aquele chocolate único que você ofereceu por educação com cara de quem não quer oferecer. Ah vai, todo mundo comete uma gafe. Quem nunca o fez, ou não viveu, ou é o Forest Gump. Já cometi inúmeras. A elegância está em como sair delas. Nem sempre é possível, mas eu gosto do bom humor. É indispensável nestas horas. Quem nunca foi chato que atire a primeira pedra.

6 Ah Suh, sei que você disse 5, mas esta vai por minha conta rsrs. Desgosto de pessoas hipócritas. Sabe aqueles que Pessoa chamou de semideuses? Daqueles que nunca levaram porrada na vida, daqueles do poema abaixo. É. Como Bandeira, estou farta de semideuses.




Poema em linha reta
Fernando Pessoa


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Mulher, uma questão de gênero [ Galuiza ]

Dia após dia, escutamos piadinhas infames e machistas: "Pilota fogão", "Amélia", "Que bunda", "Tem um cargo melhor porque é gostosa" etc... e isto desencadeia - pelo menos em mim - uma reflexão. E então, dia destes estava pensando no que é ser mulher e o papel social que este gênero representa e sobre machismo e sobre a guerra de sexos e sobre tudo isso. Se querem saber não cheguei a conclusão nenhuma e por isso a demora da postagem do desafio da Márcia. Mas enfim, lá vou eu...

Dia destes, atrapalhada com este teclado maluco - ele come letras e quase tenho que espancá-lo para sair algumas - , o Leonardo solta a pérola: "é porque não tem seis bocas". Ô raiva! O sapo desceu pela goela com as pernas abertas. Acreditem, não foi bom. Ainda bem que a boca não acompanha o pensamento... senão...

Esta foi só uma das últimas. Fosse eu uma bomba, teria já explodido com tanta infâmia, que não é dele, é da sociedade em geral. O humor é válido mas é ofensivo vez ou outra, principalmente quando se vai buscar o sentido que estas meras palavras tem.

Pra encurtar conversa, vamos às minhas modestas conclusões:

Não adianta. Mulher é carente e por mais que diga que não, adora carinho e se sentir protegida e segura e amada e gostosa e etc. (e neste etc cabe tanta coisa...)

Não importa quantos sutiãs queimem, mulher é mulher. Nunca vai ser igual ao homem. E quem quer na verdade ser igual? Ser igual é chato. Antes ser um lago misterioso e denso. Um rio de águas caudalosas e revigorantes.

Nascemos com a marca. A fenda. E de certa forma, estaremos sempre sós, de um jeito que nenhum homem pode entender. E por isso somos confusas e confundimos. Elisa Lucinda disse que "...há que se ter cautela com esta gente que menstrua...". Verdade.

Então Gal, você está afirmando a fragilidade da muher, concordando com eles? NÃOOOOOOOOOOOO, responderei. Calma desavisado, este não é um ode à superioridde masculina.

À luz de minhas pequenas indagações, defendo a igualdade entre os sexos. Mas igualdade de direito. A modernidade nos mostra que quem disse que frescura ou vaidade é "coisa de mulher" tá enganado. Lá em casa, quem varre é meu irmão, não eu. Aliás ele passa a roupa dele. E não, ele não é gay.

A culpa da sociedade machista é nossa! Sim meninas, nossa! Afinal, quem de fato educa os filhos e filhas?
Nós vamos reproduzindo os velhos discursos e os elos sórdidos vão se mantendo. E se mantendo. E se manterão.
Até que as mães se conscientizem que sim, a filha pode namorar vários sem ser nigrinha, que pode chegar tarde sem ter ido pro motel, que pode ser caminhoneira sem necessariamente ser lésbica, que pode ter força e ser fisioculturista. Que pode enfim ser tudo o que quiser ser, porque mais que mulher é um ser humano de possibilidades infinitas!
E é assim que gosto de ser vista principal e antes de tudo como um ser humano. Sou frágil sim. E a minha força está aí. Na fragilidade.


EM TEMPO: Este é um texto decididamente confuso. As mulheres são. Porque meu texto ia ser diferente? Um observador mais atento perceberá os meandros que o texto se propõe a mostrar mas nunca esgotar a discussão.
Márcia, gostei do tema, desculpa a demora menina! E não citei a política pois este já estava confuso por demais!

MORAL DA HISTÓRIA: Preciso escrever um novo texto sobre isso. Mais claro e conciso. Um dia quem sabe...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

De boas meninas, o inferno tá cheio [Dri]

Natal, Rio Grande do Norte. Sede do Intercom 2008, o maior congresso de comunicação do país. Eu e meus colegas não poderíamos perder essa. Estávamos super empolgados. Eu e minhas amigas, porém, tínhamos umas preocupação: o quarto do hotel era quádruplo, nós estávamos em três, ou seja, uma estranha ficaria no nosso quarto. No ônibus todo mundo caiu na bagaceira, menos uma menina, uma chata que até hoje não sei por que porra ela foi de ônibus. Para nossa terrível surpresa, a chata era nossa colega de quarto. Resolvemos dar um voto de confiança, afinal, que absurdo, só porque ela era crente não quer dizer que era chata.

Saímos para almoçar assim que chegamos e eu comecei a gostar dela. Não ficava falando muito de religião, ria com a gente e tentava ao máximo agradar. Até que eu perguntei se ela era crente (por causa do saião), ela me disse que sim, mas que achava bom as pessoas perguntarem por que significava que ela estava fazendo o trabalho dela direito. Uma pausa. Gravem bem essa frase. Ela vai ser muito útil para o porquê da construção desse texto.

Fizemos amizade com dois garotos assim que chegamos. Não lembro em qual dos dias foi, mas em algum desses dias nós saímos de noite e um desses garotos não foi. Achamos muito esquisito, mas deixamos para lá. A crente nunca saía. Quando voltamos para o hotel batemos na porta para ela abrir e ela mais do que imediatamente disse “já vai!”. Esquisito. Na noite anterior ela demorou uma vida para abrir, devia estar acordada. Uma hora dessas?! Ouvimos voz de homem no quarto. Nos entreolhamos e minha amiga disse: “Eu já sei quem tá aí”. Ela abriu a porta, olhamos o quarto e não vimos ninguém. Fui na sacada no quarto e não vi marca de pé, nem nada. Parecíamos Sherlock Holmes em busca de um babado. Ela disse que tava assistindo televisão e que tinha pego no sono. E isso foi suficiente para nossa sede por “novis”?

Tínhamos um suspeito. O nosso colega que ficou dormindo no hotel. Uma amiga nossa que tinha passado a tarde com a crente, disse ter visto uma troca de olhares, um certo mole que ela dava para ele, um “fuego” a mais da nossa santa do pau oco. Corremos para nosso amigo que tinha mais contato com ele, e para nossa surpresa (ou não), ele tinha contado tudo para ele. Disse que ela ligou para o quarto dele depois que saímos perguntando se ele também ia, mas ele estava dormindo. O colega de quarto deu o recado e ele achou estranho. Ligou de volta para fazer um teste: “O pessoal saiu e me deixou aqui dormindo”, ela respondeu “vem pra cá assistir televisão comigo”. Televisão? Na minha terra isso tem outro nome. Ele foi. E...ficaram. Pelo que nosso amigo contou, rolou até uns amassos enquanto ela dizia “Ai, que loucura meu Deus!”. Sabe o que nós imaginamos? Ela quando chegasse em Salvador, ajoelhada no milho de frente para cruz se batendo com um chicote e dizendo: “Ó Intercom, ó Natal!”

Tá bom, é preconceito eu sei, mas vai dizer que você não imaginou algo assim, bem bizarro vindo dela. A menina é uma hipócrita! Respeito muito todas as religiões, cada uma tem sua verdade, sua razão, mas se for para entrar em uma religião, é necessário ter o mínimo de respeito. Por essas e outras santas, que a gente cria esse estereótipo de “crente do cú quente”, “santa do pau oco”, dentre outros. Se um assunto tão sério como religião não é levado a sério, quem garante a um futuro namorado de uma menina como essa, que o casamento vai ser levado? Ah é, tinha esquecido! A religião não permite amassos e sexo, já o casamento...

O Butuim Nosso de Cada Dia [Dri]

Homens. É um ser do cão. Só dizendo assim.

Estava eu no ônibus indo para a faculdade. A gente vê é coisa nos “buzus” dessa cidade. Dois rapazes conversavam atrás de mim, um falando mais do que o outro, conseqüentemente, chamando mais atenção que o outro. Ele cantava uma das maiores obras da Cássia Eller, Malandragem, e dizia: “eu ando nas ruas, eu troco cheque, mudo uma pranta de lugar...”. Pensei “miiisericórdia, que porra é essa?!” e ri muito depois. Engraçado como essas coisas que deveriam servir de motivo para revolta e discursos sobre nosso sistema educacional exemplar, nos faz rir e comentar com fulano, sicrano, e faz uma “eu-ninguém” escrever sobre isso e rir ao mesmo tempo.

A vida é uma piada mesmo. Uma piada muito boa e de mau gosto.

Bom, isso tudo foi um parênteses. Voltando ao que eu ia falar.

Uma mulher levantou para descer do ônibus e o cara da “pranta” comentou com o colega: “Ó pra li rpz!Aquilo que é mulher!Grande, alta, mulher boa é mulher grande! Só precisa colocar mais um pouco de batata, mas também não tem problema, o que me interessa tá mais em cima: o butuim!”. Sabendo do que butuim se tratava, fiquei boquiaberta com aquele comentário...no mínimo esdrúxulo. Como nós estamos hein?! Em que mundo vivemos? Em um mundo em que o homem olha uma mulher na rua e diz bem perto do ouvido dela “gostosa”, tão perto e tão puxando o s que chega a cuspir na cavidade auricular da cristã. Eu pensei “Deus do céu! Quantos homens não comentaram do meu butuim?!”, isso é constrangedor.

Você se sente um pedaço de carne e vê esse pilantra-pensador-com-a-cabeça-de-baixo como um cachorro pronto para atacar. Você é o filé, ele o vira-lata. Você é o peixinho perdido no recife, ele o tubarão procurando algo para saciar a fome. Dramático né? Eu sei. O fato é que eu fiquei me questionando de quem seria a culpa. Dos homens e do seu instinto de cafajeste, intríseco à sua genética? Ou das mulheres que resolveram usar a teoria de que o homem se adapta ao ambiente em que vive?

O fato é que o ser humano tem me surpreendido e me enojado cada vez mais. Os homens principalmente. Onde ficou o sentimento nessa sujeira toda?Onde ficou o vamos ser felizes para sempre, o eu te amo, o amor da minha vida? Nós trocamos momentos que poderiam se eternizar, não pelo tempo físico, e sim, pela intensidade com que ocorreram por momentos que são “só carne”. Será por isso que os casamentos têm durado tão pouco? Por serem construídos em bases tão sólidas quanto papel?Tão difícil dizer. O fato é que corpo, sexo, tudo isso é muito bom, mas se concentrar só nisso e de forma vulgar e pejorativa, não faz muito bem. Seu órgão genital talvez discorde e até fique com ciúmes, mas o prazer não está só nos países baixos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Animação trará a primeira princesa negra da Disney [Galuiza]


Estava zapeando pela net procurando a ilustração de uma princesa negra para ilustrar o post anterior a este e olha só o que encontrei!




"A Walt Disney iniciou a produção de um conto de fadas musical e animado
chamado "The Frog Princess" (A princesa sapo), que será ambientado em Nova
Orleans e trará a primeira princesa negra dos estúdios Disney.

A companhia revelou os planos nesta quinta-feira (8) em sua reunião anual de
acionistas, em Nova Orleans.

John Lasseter, executivo-chefe da Disney e dos estúdios de animação Pixar, disse que o filme irá retomar o processo de animação clássico feito a mão, em vez da animação computadorizada que se tornou o padrão da indústria. Ele se referiu ao filme como "um conto de fadas americano".

A trilha sonora do filme ficará a cargo de Randy Newman, que também compôs as músicas de "Toy story", "Vida de inseto", "Toy story 2", "Monstros S.A." e "Carros".

John Musker e Ron Clements, de "A pequena sereia", "Aladin" e "Hércules" irão
co-dirigir o longa. A dupla também escreveu a história do filme.
A Disney afirmou que sua nova princesa animada, Maddy, será acrescentada à sua coleção de outras princesas da companhia, e aparecerá em parques temáticos
e produtos relacionados. "

Finais Felizes... [Galuiza]


Os contos de fadas esquecem de contar o que acontece depois do "... e viveram felizes para sempre.". Propositalmente.

Pudera, uma boa história só se faz com conflito, com intriga.
Imagina só se a moça perfeita e o moço perfeito que levam a vida perfeita dariam uma boa história.

Ele acordou com o beijo de bom dia da mocinha perfeita. Tomou banho e escovou os dentes e pôs-se a trabalhar. Como era bom ter uma moça perfeita! Êca! Chatice. Monotonia.

O primeiro dia é bom. O segundo é legal, o terceiro já não chega a ser excitante, o quarto não é ruim. No quinto começa a ficar tão insuportável como esta contagem. E decrescendo.

O ser humano vive de agitação. A surpresa é que agita.

Relacionamentos respiram novidade. Pode-se sim entender o que o outo fala pelo olhar.

Não quero ser perfeita. Que o seja quem quiser. Prefiro ficar assim, me aperfeiçoando, me descobrindo. Descobrindo o outro.

Ser perfeito deve ser que nem pudim de arroz integral com calda de chuchu selvagem. Bom pra saúde mas sem graça...

Viva ao proibido, ao insano, ao pecado enfim...