quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Desafio para Ianna ou sobre o olhar... [Galuiza]


O que será que os bebês vêem quando olham?
Eles não julgam, não têm parâmetros definidos.
Como será que sou aos olhos de uma criança?
Tá que ela não saberia definir mas... Eu queria saber.

Este foi um aproveitamento de um fragmento de conversa de três adultos na cantina da faculdade. O rasta perguntou as pais do menino loirinho: O que será que ele vê? Será que vê a minha alma? É, porque os bebês não julgam tá ligado? Eles não estão com a cabeça cheia de sociedade...Pois bem, agora você me pergunta onde Ianna entra nesta história Gal?Pois eu quero que ela me responda. O que um bebê pensa ao olhar para o mundo. Aguardo...

Sobre o rezar... [Galuíza]








Todo grito de êxtase que sai da garganta,

Toda gota de seiva, sobretudo a da vida humana,

Cada suspiro,

Cada eriçar de pêlos da nuca,

Cada arrepio na espinha,

São, em si, manifestações de Deus.

Pois Ele é, essencialmente, vida.





(manhã do dia 3 de agosto de 2008)

Andei pensando [Galuiza]

Adoro fazer listas.

Lavo as mãos por tudo.

Detesto pasta de dentes apertada no meio do tubo. Conserto em todas as casas.

Não como jiló, pirão, língua ou qualquer coisa tão ruim quanto. Nem por educação. Nunca para agradar ao anfitrião. Galinha cozida está incluída. Eu frito (rsrs). Isso quer dizer que sim, tenho minhas frescuras mas não incomodo ninguém com isso., Sempre dou um jeito. Frito o frango, cozinho arroz, como só a carne. E não recamo. Mas também não como só para agradar e não fazer desfeita.

É, sou bem assim. Eu. Claro que me importo com o que os outros pensam, mas não por tempo suficiente pra que deixe de considerar o que eu mesma penso em primeiro lugar. A opinião dos outros passa por um filtro comparativo. Se a minha parece mais atraente, fodam-se os outros. E isto é tomado como teimosia.

Não penso assim. Gosto de ver todas as possibilidades e testá-las! Desistir do que acredito por chantagem emocional ou sem argumentos consistentes? Nem fudendo!

Claro que não estou sempre certa. Quase nunca eu tenho certeza. Mas entre apostar em minha opinião ou na dos outros, fiz a escolha óbvia. E os outros que comprovem por a+b que estou errada.

Não, não sou uma porta. Tenho bom senso e me quedo diante da experiência, desde que acompanhada com argumentos plausíveis. Do contrário, passa amanhã.

Com o tempo passei a ser mais tolerante com os outros e comigo mesma. Engulo mais sapos e até vou pelo caminho mais longo em favor da boa convivência (embora por experiência, saiba que o outro seria bem mais rápido). Desisti de ser palmatória. Cada um que tenha a oportunidade de comprovar que estava sendo errado por si só. É uma sensação amarga. Já passei por isso várias vezes.

Cansei de dar murro em ponta de faca. Cansei de tentar consertar o mundo (quem disse que ele estava quebrado?). Controle é isso. É endurecer. Em todos os aspectos. É esconder a sensibilidade aflorada. Sofrer quieta. Calar a veia dramática. Calar a inquietação. Suportar a injustiça e pior, a burrice. Ah, então ela não gosta de negros? Bem... Quem liga? Eu ligo. E em outros tempos, faria mil perguntas, tentaria entender e fazer com que ela entenda que somos iguais... Agora não mais. Cálice. De chá de carqueja. É amargo e ruim. Mas cura.

Claro que em algum momento explode esta energia contida. Perco o controle. A diferença é que agora sei com quem posso fazer isso. E então recorro a meus muros das lamentações e alegrias. Aqueles com quem posso ser eu mesma. EU, assim, total e completamente imperfeita. E me aceitam. E me criticam. E discordam. E me fazem chorar e rir, eles mesmos imperfeitos. Os dois mais freqüentes: Gerson e Nan nan. Eu os admiro só por agüentarem a mim como as minhas arrobas de incertezas, incongruências, incoerências.

E depois, mas não por último vem o mais freqüente dos muros: o papel. Este que me escuta falando, como que sendo ele a voz de minha própria consciência. Que grita mesmo calado, no instante em que torna concreto o que penso e me faz ter cara a cara com o que sou e penso.

Quisera eu que minha mão pudesse acompanhar o ritmo do meu pensamento. Ou não. Talvez fosse obrigada a concretizar coisas inconfessáveis. Mas, a despeito do meu querer, flui. É inevitável. Ao escrever saem as angústias. Os demônios e os anjos tocando harpa.

Este texto é prova disto. Era para ser sobre manias. Mudei o rumo. Mudei o ritmo. Mudei o tom. Não pude evitar. Não sou linear. Nanda e Gerson que o digam. Vivo em constante mudança. Sou lunar.

E este, digamos que é um ode aos que me amam, uma vez que sei que não é tarefa fácil. Tenho duas coisas velozes, que fluem antes da percepção: o pensamento e a língua. Quando vi, já falei ou pior, pensei. E é nesta hora que olho para vocês e sou compreendida. Com um olhar, com o não dito. rsrs

Ai, cansei. Vou sambar. Hoje é domingo e vou expulsar esta energia sambando.


Em tempo: este texto foi escrito na manhã de domingo, 3 de agosto de 2008.
Moral: Quer ser feliz? Tenha amigos. Sobretudo aqueles que são de verdade amigos. Que te levanta do chão. Que te apóia e critica. O de todas as horas. O amigo de fé irmão camarada. E ah! Como ninguém é de ferro, que tenha uns amigos coloridos srsrsr.