sexta-feira, 14 de março de 2008

A arte de ser baiano. Desafio de Mister X! [Galuíza]

Bahia Com H
João Gilberto

Dá licença, dá licenca Meu senhor
Da licença, dá licença pra ioiô
Eu sou amante da gostosa Bahia porém
Pra saber seus segredos
Serei baiano também
Dá licança de gostar um pouco só
A Bahia eu não vou roubar, tem dó
Ai, já disse um poeta que terra mais linda não há
Isto é velho, é do tempo em que a gente escrevia Bahia com H
Sou amigo que volta feliz pra teus braços abertos Bahia
Sou poeta e não quero ficar assim longe da tua magia
Deixa ver teus sobrados, igrejas
Teus santos, ladeiras e montes Tal qual um postal
Dá licenca de rezar por senhor do Bomfim
Salve a Santa Bahia imortal
Bahia dos sonhos mil
Eu fico contente da vida em saber que Bahia é Brasil.

Bem, fiquei pensando sobre o desafio de Mister X, vulgo Daniel. E não cheguei a uma conclusão, já que queria evitar clichês.
Baiano. Povo diferente. Tá se lenhando e sorrindo. A frase perfeita é: "a gente se fode mas se diverte". Não sei a autoria, mas poderia apostar um cílio que foi um baiano. O que nos diferencia dos nativos de outros estados brasileiros é o modo peculiar de encararmos a realidade. Vejamos: fim de semana. Sol escaldante. Todo mundo corre pra praia e o que encontra(seja de buzú -lotado- ou de carro)? ENGARRAFAMENTO!!!
Um não baiano xingaria e desistindo, voltaria pra casa. Um baiano, chama o primeiro ambulante que vir, pede uma cerveja gelada e começa a festa ali mesmo. E ainda abre a mala do carro pra animar. No buzão não é diferente. Compra a cerveja e bebe ali mesmo. Se esta situação acontecesse na volta pra casa, ele arrumaria um desconhecido no buzú pra falar mal do prefeito, e minutos depois já estaria contando do sarampo do filho caçula. Porque baiano gosta de contato. De intimidade. Mesmo os mais tímidos. Quem daqui nunca se pegou conversando com um completo desconhecido? Nós somos simpáticos!
Ser baiano é chamar a amiga de nigrinha piriguetona e ela não se ofender. É passar 5 dias segurando uma corda para os turistas verem o xicrete. É catar latinha no carnaval para dar o que comer aos bacuris. É chamar mainha de mainha, painho de painho, dizer oxe, entender todos os sentidos da palavra porra. É ter de enfrentar um estado de caos. Quando chove tudo derrete, tudo alaga, desaba, a maior confusão. É pegar buzú cheio, engarrafamento, enfrentar dificuldades, violência, falta de recursos e de saneamento, dar nó em pingo d'àgua e ainda assim, sorrir.
É ver o Ilê passar, ir pro MAM, pra segunda feira gorda da Ribeira, pro Pelô tomar cravinho, pra benção ver Gerônimo. Acordar cedo domingo de manha porque vai ter show '0800' no parque da cidade.
Mesmo se ele não fizer nada disto, uma coisa ele sempre vai ter. Esta coisa é o traço mais marcante, é o que realemente define a baianidade: a malemolência.
Se você é baiano, você sabe do que estou falando. Se não é, sorry. Malemolência não é um termo que se explique. Só tendo pra saber...
Em tempo: Ahhhhhhhhh Gal, poxa!! Não tenho malemolência. Ah não tem? Procura um baiano vai! Rsrs.
E aí Mister X? Respondido??????

Um comentário:

Ianna Gabi disse...

Hahahahaha... Muito bom!
Eu reconheço: tenho malemolência!
Huahuahauhauahua...
Bjuuuu Gal.