quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mulher, uma questão de gênero [ Galuiza ]

Dia após dia, escutamos piadinhas infames e machistas: "Pilota fogão", "Amélia", "Que bunda", "Tem um cargo melhor porque é gostosa" etc... e isto desencadeia - pelo menos em mim - uma reflexão. E então, dia destes estava pensando no que é ser mulher e o papel social que este gênero representa e sobre machismo e sobre a guerra de sexos e sobre tudo isso. Se querem saber não cheguei a conclusão nenhuma e por isso a demora da postagem do desafio da Márcia. Mas enfim, lá vou eu...

Dia destes, atrapalhada com este teclado maluco - ele come letras e quase tenho que espancá-lo para sair algumas - , o Leonardo solta a pérola: "é porque não tem seis bocas". Ô raiva! O sapo desceu pela goela com as pernas abertas. Acreditem, não foi bom. Ainda bem que a boca não acompanha o pensamento... senão...

Esta foi só uma das últimas. Fosse eu uma bomba, teria já explodido com tanta infâmia, que não é dele, é da sociedade em geral. O humor é válido mas é ofensivo vez ou outra, principalmente quando se vai buscar o sentido que estas meras palavras tem.

Pra encurtar conversa, vamos às minhas modestas conclusões:

Não adianta. Mulher é carente e por mais que diga que não, adora carinho e se sentir protegida e segura e amada e gostosa e etc. (e neste etc cabe tanta coisa...)

Não importa quantos sutiãs queimem, mulher é mulher. Nunca vai ser igual ao homem. E quem quer na verdade ser igual? Ser igual é chato. Antes ser um lago misterioso e denso. Um rio de águas caudalosas e revigorantes.

Nascemos com a marca. A fenda. E de certa forma, estaremos sempre sós, de um jeito que nenhum homem pode entender. E por isso somos confusas e confundimos. Elisa Lucinda disse que "...há que se ter cautela com esta gente que menstrua...". Verdade.

Então Gal, você está afirmando a fragilidade da muher, concordando com eles? NÃOOOOOOOOOOOO, responderei. Calma desavisado, este não é um ode à superioridde masculina.

À luz de minhas pequenas indagações, defendo a igualdade entre os sexos. Mas igualdade de direito. A modernidade nos mostra que quem disse que frescura ou vaidade é "coisa de mulher" tá enganado. Lá em casa, quem varre é meu irmão, não eu. Aliás ele passa a roupa dele. E não, ele não é gay.

A culpa da sociedade machista é nossa! Sim meninas, nossa! Afinal, quem de fato educa os filhos e filhas?
Nós vamos reproduzindo os velhos discursos e os elos sórdidos vão se mantendo. E se mantendo. E se manterão.
Até que as mães se conscientizem que sim, a filha pode namorar vários sem ser nigrinha, que pode chegar tarde sem ter ido pro motel, que pode ser caminhoneira sem necessariamente ser lésbica, que pode ter força e ser fisioculturista. Que pode enfim ser tudo o que quiser ser, porque mais que mulher é um ser humano de possibilidades infinitas!
E é assim que gosto de ser vista principal e antes de tudo como um ser humano. Sou frágil sim. E a minha força está aí. Na fragilidade.


EM TEMPO: Este é um texto decididamente confuso. As mulheres são. Porque meu texto ia ser diferente? Um observador mais atento perceberá os meandros que o texto se propõe a mostrar mas nunca esgotar a discussão.
Márcia, gostei do tema, desculpa a demora menina! E não citei a política pois este já estava confuso por demais!

MORAL DA HISTÓRIA: Preciso escrever um novo texto sobre isso. Mais claro e conciso. Um dia quem sabe...

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