Dia dos namorados. Data memorável. Todos apaixonados e querendo de alguma forma mostrar o quanto o outro é especial. Eu, lógico, tive que fazer o mesmo, afinal, um mês e alguns dias de namoro precisavam de um toque romântico ou algo do tipo. Pensei numa surpresa, adoro surpresas, adoro fazer e receber surpresas. Tive a seguinte idéia: ir na avenida sete, comprar o presente do namorado e depois ir no trabalho dele e entregar na sala dele. Para que desse certo, liguei para Eliete (colega de sala dele) e ela topou ir me buscar na entrada do trabalho e me levar até a sala dele. Não é tão complicado né? Simples. A não ser por alguns fatores: falta de atenção e falta de sorte (ou até excesso dela).
Fui à avenida sete e rodei aquele lugar procurando algo interessante. O engraçado é que quando tenho esses dias macabros, as pessoas que encontro, são sempre extremamente gentis. Fui até paquerada... por uma mulher!Depois de conseguir comprar os presentes do Xuxu (e de quebra comprar um cd do Nando Reis para mim), fui para a estação da Lapa pegar o ônibus. Lucas me disse que o trabalho dele ficava ao lado da Jorge Amado, mas não sei por que fiquei com o CAB na cabeça, acho que porque ele já trabalhou lá e foi mais fácil gravar CAB do que IAT. Uma japa, muito simpática por sinal, me deu todas as instruções para descer na Jorge ou no CAB. Perguntei ao cobrador e ele me disse que seria melhor descer no Extra Paralela e pegar um ônibus que entrasse no CAB porque além de grande ele era muito perigoso. Assim eu fiz. Desci no Extra e liguei para Eliete. O celular dela chamava e não atendia, o da amiga dela também, então tive que ligar pra sala, com um medo danado que Lucas atendesse. Pra minha sorte outra pessoa atendeu e me passou pra Eliete. Expliquei onde estava e perguntei como chegava lá. Quando uma outra pessoa ia me explicar, a ligação caiu. Quando liguei de novo, o intrometido do Lucas atendeu. Massa! 1 x 0 pra ele. Dei meu jeito. Perguntei qual ônibus pegava pro CAB e disse que precisava estar lá ano passado. O rapaz do ponto me disse pra pegar um ônibus e descer no posto 2 e de lá pegar outro. Obedeci de novo. Chegando no posto 2, encontrei um cantor de arrocha.
Essa figura merece um parágrafo. Ele tinha aquele cabelo que eu poderia chamar de liso forçado, é quando a pessoa passa tanto creme que o cabelo acaba ficando esticado. Perguntei pra ele onde era o CAB e ele me disse: ó,ta vendo aquela entrada ali, aquela...pera deixa essa bozenga de buzu sair da frente...ah sim, ali, tá vendo? Pega um buzu na entrada daquela bagaça e vai, vai até onde você quer ir. O melhor dele, eram as caras e bocas.
Atravessei a rua xingando os sinais daquela paralela. A miséria do semáforo só começava a contar os 90 segundos quando eu chegava perto dele, parece que estava testando minha paciência. Contei até 10...20...30...opa,99! Atravessei e parei no ponto na entrada do CAB, só que achei que fosse demorar demais então fui andando. Andando e ligando pra Lucas pra saber onde ele tava. Cheguei no prédio da Secretaria de Educação (lugar que eu tinha certeza que ele trabalhava), e perguntei para os seguranças se conheciam algum Lucas, um começou a procurar em uma lista de funcionários e outro, baseado na descrição de Lucas que fiz pra ele, começou a procurar por ele. Quando percebi, tinha mobilizado os dois únicos seguranças do local a me ajudarem a achá-lo. Até que um me sugeriu que ligasse pra ele e dissesse que tinha mandando uma encomenda, mas que o rapaz não conseguia achar o lugar. Liguei e desabei com a resposta: ah amor, to na faculdade. Os dois ficaram com pena de mim. Desci andando o CAB todo de novo, atravessei as mesmas pistas e peguei um ônibus para a Jorge Amado. Assim que peguei o cobrador disse que ponto era o próximo. Nadei dentro do Trobogy. Desesperada, comecei a gritar pro “motô” me esperar, outras pessoas também gritavam. Estava à beira de um ataque nervoso. Estava desde 14hrs na rua, andei feito um jegue, suei feito um cuscuz, pro “motô” arrastar?! Nem pensar!
Desci na faculdade e liguei pra ele dizendo que o rapaz que ia entregar a encomenda estava na recepção e não estava conseguindo entrar. Ele disse que ia descer. Fiquei esperando na entrada principal, toda animada e pensando “Passei por tudo isso, mas a surpresa vai dar certo”. O filho da mãe (nada contra a minha sogra) desconfiou...e saiu por outro lugar, me pegando por trás. Sim, essa era a parte que eu chorava e dizia como sou lascada de tanta falta de sorte. Mas me acalmei quando vi Lucas com o sorriso mais bonito, e, mesmo que tivesse desconfiado, tinha gostado de me ver ali. Aquele sorriso me desarmou e fez com que toda essa aventura, no final, valesse muito a pena.
Para os que não estão dispostos a essas loucuras, meus pêsames; para os que as fazem sempre, meu parabéns: o sorriso de quem a gente gosta, apaga toda sensação ruim, toda dor e todo pensamento de “nunca mais faço isso”.
Fui à avenida sete e rodei aquele lugar procurando algo interessante. O engraçado é que quando tenho esses dias macabros, as pessoas que encontro, são sempre extremamente gentis. Fui até paquerada... por uma mulher!Depois de conseguir comprar os presentes do Xuxu (e de quebra comprar um cd do Nando Reis para mim), fui para a estação da Lapa pegar o ônibus. Lucas me disse que o trabalho dele ficava ao lado da Jorge Amado, mas não sei por que fiquei com o CAB na cabeça, acho que porque ele já trabalhou lá e foi mais fácil gravar CAB do que IAT. Uma japa, muito simpática por sinal, me deu todas as instruções para descer na Jorge ou no CAB. Perguntei ao cobrador e ele me disse que seria melhor descer no Extra Paralela e pegar um ônibus que entrasse no CAB porque além de grande ele era muito perigoso. Assim eu fiz. Desci no Extra e liguei para Eliete. O celular dela chamava e não atendia, o da amiga dela também, então tive que ligar pra sala, com um medo danado que Lucas atendesse. Pra minha sorte outra pessoa atendeu e me passou pra Eliete. Expliquei onde estava e perguntei como chegava lá. Quando uma outra pessoa ia me explicar, a ligação caiu. Quando liguei de novo, o intrometido do Lucas atendeu. Massa! 1 x 0 pra ele. Dei meu jeito. Perguntei qual ônibus pegava pro CAB e disse que precisava estar lá ano passado. O rapaz do ponto me disse pra pegar um ônibus e descer no posto 2 e de lá pegar outro. Obedeci de novo. Chegando no posto 2, encontrei um cantor de arrocha.
Essa figura merece um parágrafo. Ele tinha aquele cabelo que eu poderia chamar de liso forçado, é quando a pessoa passa tanto creme que o cabelo acaba ficando esticado. Perguntei pra ele onde era o CAB e ele me disse: ó,ta vendo aquela entrada ali, aquela...pera deixa essa bozenga de buzu sair da frente...ah sim, ali, tá vendo? Pega um buzu na entrada daquela bagaça e vai, vai até onde você quer ir. O melhor dele, eram as caras e bocas.
Atravessei a rua xingando os sinais daquela paralela. A miséria do semáforo só começava a contar os 90 segundos quando eu chegava perto dele, parece que estava testando minha paciência. Contei até 10...20...30...opa,99! Atravessei e parei no ponto na entrada do CAB, só que achei que fosse demorar demais então fui andando. Andando e ligando pra Lucas pra saber onde ele tava. Cheguei no prédio da Secretaria de Educação (lugar que eu tinha certeza que ele trabalhava), e perguntei para os seguranças se conheciam algum Lucas, um começou a procurar em uma lista de funcionários e outro, baseado na descrição de Lucas que fiz pra ele, começou a procurar por ele. Quando percebi, tinha mobilizado os dois únicos seguranças do local a me ajudarem a achá-lo. Até que um me sugeriu que ligasse pra ele e dissesse que tinha mandando uma encomenda, mas que o rapaz não conseguia achar o lugar. Liguei e desabei com a resposta: ah amor, to na faculdade. Os dois ficaram com pena de mim. Desci andando o CAB todo de novo, atravessei as mesmas pistas e peguei um ônibus para a Jorge Amado. Assim que peguei o cobrador disse que ponto era o próximo. Nadei dentro do Trobogy. Desesperada, comecei a gritar pro “motô” me esperar, outras pessoas também gritavam. Estava à beira de um ataque nervoso. Estava desde 14hrs na rua, andei feito um jegue, suei feito um cuscuz, pro “motô” arrastar?! Nem pensar!
Desci na faculdade e liguei pra ele dizendo que o rapaz que ia entregar a encomenda estava na recepção e não estava conseguindo entrar. Ele disse que ia descer. Fiquei esperando na entrada principal, toda animada e pensando “Passei por tudo isso, mas a surpresa vai dar certo”. O filho da mãe (nada contra a minha sogra) desconfiou...e saiu por outro lugar, me pegando por trás. Sim, essa era a parte que eu chorava e dizia como sou lascada de tanta falta de sorte. Mas me acalmei quando vi Lucas com o sorriso mais bonito, e, mesmo que tivesse desconfiado, tinha gostado de me ver ali. Aquele sorriso me desarmou e fez com que toda essa aventura, no final, valesse muito a pena.
Para os que não estão dispostos a essas loucuras, meus pêsames; para os que as fazem sempre, meu parabéns: o sorriso de quem a gente gosta, apaga toda sensação ruim, toda dor e todo pensamento de “nunca mais faço isso”.
P.S.Ele trabalha no IAT que fica mesmo ao lado da faculdade Jorge Amado. Ele trabalhou na Secretaria de Educação no CAB (onde fui) há alguns anos. Pequena confusão!